Já estamos na sexta fase das condecorações referentes aos 50 anos de independência, que a presidência da República está levando a cabo como reconhecimento de diversas figuras em todos os ramos da sociedade que contribuíram para o país. Até agora, o presidente da República João Lourenço já condecorou pessoas em quase todas as áreas, mas um detalhe salta à vista: ainda não foi condecorado nenhum fundador de plataformas de informação digital.
Por Paulo Leite Barros (*)
Desde o início da década de 2000, surgiram várias plataformas de informação digital que se tornaram grandes fontes de informação, abordando temas como política, denúncias, economia, entretenimento e muito mais. A importância dessas plataformas não pode ser subestimada, especialmente em um país onde a liberdade de expressão e o acesso à informação são fundamentais para a construção de uma sociedade democrática.
Entre os nomes que se destacam nesse cenário, encontramos Rafael Marques, fundador do Maka Angola. Rafael é um jornalista e ativista que transformou sua plataforma em um verdadeiro bastião de luta pelos direitos dos angolanos. Juntamente com seu amigo, o jurista e acadêmico Rui Verde, eles lideram uma das maiores plataformas de investigação jornalística focadas em direitos humanos e corrupção no país. O trabalho deles não apenas informa, mas também mobiliza a sociedade civil a agir e a exigir mudanças.
William Tonet, por sua vez, é um dos precursores do jornalismo independente em Angola. Com seu jornal Folha 8, ele tem enfrentado perseguições e desafios ao longo de mais de 30 anos de carreira. Começou sua jornada no jornalismo impresso e, com a evolução da tecnologia, adaptou-se ao meio digital. O site do Folha 8, onde ele e Orlando Castro escrevem diariamente, continua a ser uma fonte confiável de informação, abrangendo temas que vão desde a política até questões sociais. A resiliência de Tonet é um exemplo de coragem e determinação em um ambiente muitas vezes hostil ao jornalismo crítico.
José Gama, fundador do Club-K, é outro nome que merece destaque. Conhecido por seu ativismo em direitos humanos, Gama utiliza sua plataforma como um instrumento de luta, trazendo à tona questões que muitas vezes são ignoradas pela mídia tradicional. Com mais de 20 anos de atuação, seu site se tornou o maior portal de informação do país, sendo uma fonte confiável, mesmo diante das constantes perseguições que enfrenta. Sua audácia e compromisso com a verdade são inspiradores, especialmente para os jovens jornalistas que buscam seguir seus passos.
Sarchel Necesio, embora diferente dos outros mencionados, é igualmente relevante. Ele é o líder da maior plataforma digital de influência na área de entretenimento do país, Platina Line. Com formação em administração no Brasil, ele revolucionou a forma de fazer informação através das redes sociais, tornando-se um pioneiro no setor. Sua abordagem inovadora e dinâmica tem atraído um público jovem e engajado, mostrando que o jornalismo pode ser tanto informativo quanto divertido.
Esses senhores não só merecem ser condecorados, mas também são uma fonte de inspiração para muitos jovens que veem no jornalismo digital uma forma de iniciar suas carreiras. Em um mundo onde a informação é uma ferramenta poderosa, é fundamental que a presidência da República reconheça o papel vital que esses profissionais desempenham na construção de uma sociedade mais informada e justa.
Portanto, fica o apelo ao senhor presidente: que Rafael Marques, Rui Verde, José Gama, Orlando Castro e Sarchel Necesio, juntamente com William Tonet, sejam considerados para condecorações que reflitam o valor de suas contribuições. O reconhecimento deles não apenas honraria seus esforços, mas também enviaria uma mensagem clara sobre a importância do jornalismo e da liberdade de expressão em Angola.